sexta-feira, 1 de maio de 2009

No caminho do fortalecimento da indústria de defesa brasileira

No caminho do fortalecimento da indústria de defesa brasileira


Por Marcelo Gonçalves*


O Rio de Janeiro foi palco entre os dias 14 e 17 de abril de um dos grandes eventos da indústria de defesa e de segurança do mundo: a LAAD 2009 - Latin American Aero & Defense. A feira aconteceu em um importante momento para o setor no Brasil, em razão de ações e projetos de estímulo apresentados pelo governo federal com o intuito de fortalecer empresas nacionais do segmento.

O principal elemento de valorização da iniciativa nacional surgiu com a divulgação em dezembro passado da Estratégia Nacional de Defesa, que, entre outras medidas, prevê o reequipamento e modernização das Forças Armadas, priorizando a compra de armamentos e equipamentos de companhias brasileiras.

A feira bienal reuniu neste ano, no complexo de exposições Riocentro, 336 empresas do setor de defesa e segurança de 30 diferentes países. A representação brasileira contou com 93 dessas companhias. Entre as novidades, destaque para a apresentação da maquete em tamanho natural do futuro veículo blindado de transporte de tropas, projetado pela Iveco (empresa vinculada ao grupo Fiat), e que deverá substituir os Urutus do Exército Brasileiro.

O evento apresentou, também, diversas aeronaves, entre as quais aviões de combate e helicópteros, novos armamentos e sistemas de defesa de última geração. Mais de 40 países enviaram delegações oficiais à LAAD 2009 para conhecer as novidades desse mercado e, eventualmente, reequipar Forças Armadas nacionais.

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, anunciou durante a feira que o governo brasileiro pretende triplicar a produção e integrar os Centros Tecnológicos da Marinha, Exército e Aeronáutica. Iniciativas como esta, vinculadas a outros movimentos de estímulo à indústria nacional da defesa, representam a conexão de uma questão de Estado a uma positiva política industrial para o país.

São importantes sinais para o desenvolvimento e expansão de empresas brasileiras especializadas na produção de aviões, veículos blindados, helicópteros, armamentos, embarcações e outros equipamentos que contribuem não só com a indústria da defesa, mas também acabam movimentando inúmeros setores da economia nacional.

As perspectivas de consolidação de uma forte indústria de defesa em nosso país estão abertas e as demonstrações de que esse estratégico setor terá condições de se desenvolver e crescer de forma decisiva são marcantes. Esperamos que em 2011, ano da próxima edição da LAAD, o Rio de Janeiro possa receber e promover um evento ainda mais grandioso que o de 2009.


*Marcelo Gonçalves é sócio-diretor da BDO Trevisan responsável pelo escritório de São José dos Campos (SP). E-mail goncalves@bdotrevisan.com.br.



Revista Contábil & Empresarial Fiscolegis, 28 de Abril de 2009

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